A falta de limpeza nos filtros e dutos de ar
refrigerado propicia o desenvolvimento de micro-organismos – fungos, bactérias
e leveduras – que podem levar os ocupantes de ambientes climatizados a
contraírem doenças respiratórias, infecciosas ou alérgicas. O maior perigo está
na presença da Legionella pneumophyla – bactéria que habita dutos de
ar-condicionado, torres de refrigeração de água e bebedouros e que causa a
legionelose, podendo se manifestar de duas formas: doença do legionário – um
tipo grave de pneumonia – e a febre de Pontiac.
O contágio da doença do legionário ocorre pela
inalação de gotas de água contendo a Legionella, que se aloja nos alvéolos
pulmonares. O período de incubação é de dois a dez dias, surgindo em seguida os
sintomas de febre, tremores, tosse seca ou purulenta e dores de cabeça. A
doença é curável, desde que diagnosticada a tempo, e o tratamento é feito com
antibióticos. Pessoas com sistema imunológico comprometido, doenças
respiratórias ou problemas cardíacos – especialmente idosos – são as mais
propensas ao contágio. Para a eficácia do tratamento, é necessário diagnóstico
diferencial com outros tipos de pneumonia.
A Legionella pode estar presente em casos isolados
ou desencadear epidemias de pneumonia em empresas – casos de contato com a
mesma fonte de organismos e não de transmissão entre pessoas. A bactéria foi
descoberta em 1976, quando mais de 200 idosos que participavam de uma convenção
de legionários (veteranos de guerra) em um hotel na Filadélfia, Estados Unidos,
infectaram-se e desenvolveram uma forma inicialmente não solucionada de
pneumonia. Todos foram hospitalizados em estado grave e 34 morreram. A mesma
bactéria foi o motivo da morte, em 1998, do ex-ministro das Comunicações Sérgio
Motta.
A febre de Pontiac é uma infecção tipo gripe
causada pela inalação de água contaminada com muitos tipos de bactérias, dentre
elas espécies de Legionella. Os doentes apresentam febre, tremores, mal-estar e
dores de cabeça e musculares, mas sem complicações. O período de incubação
varia de 12 a 36 horas e, por ser muito curto, não permite a infecção e
multiplicação bacteriana.
Fonte:
http://www.senado.gov.br/jornal/cidadania/limpeza/index.html